quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Breve histórico da Igreja de Nossa Senhora das Neves

A Igreja de N. S. das Neves está ligada diretamente a conquista da Paraíba, pois foi nesse local, no alto da colina, que nos idos de 1585, os colonizadores fundaram a primeira Igreja dedicada a Virgem das Neves. A Igreja construída pelos colonizadores e os primeiros habitantes era de taipa, para as celebrações religiosas, pois a Paraíba nasceu sobre as bênçãos da Virgem Mãe.
A cidade da Paraíba foi crescendo, e a pequena capela, provisoriamente erguida, foi substituída por uma segunda, no final do século XVI e início do XVII. Na história não se tem referencia da Igreja no espaço de quarenta e nove anos. Aparece da descrição do cronista holandês Elias Herckman, já por volta de 1639, durante a ocupação holandesa, quando o mesmo ao descrever a cidade fala, entre outros monumentos, na construção da Igreja. No trecho da descrição diz ele: “A matriz é a principal Igreja. É uma obra que promete ser grandiosa, mas até o presente não fui acabada e continua arruinando-se cada vez mais, dia em dia, Nulla Salus Bello”.
A segunda construção da Igreja passou vários anos para ser construídas. Conforme o historiador Maximiano Machado, entre 1671 e 1673, foi ampliada a Capela-Mor e feitos reparos na nave, mas devido à pobreza da Capitania, a Igreja não tinha talvez manutenção, pois segundo relatos do historiador, como os de Irineu Pinto, a Igreja estava arruinada. Essa segunda construção era no estilo maneirista, como se vê no clichê no anuário eclesiástico, volume I, como também em um mapa da cidade da Paraíba, do século XVII.
Em 1709, dos monumentos religiosos da Paraíba, a matriz das Neves foi a que mais enfrentou dificuldades no decorrer de mais de 300 anos. Verificamos, através de diversas cartas régias, mandando que o tesouro repassasse recursos para as obras da Igreja, como também esmolas dos habitantes locais.
A quarta construção iniciou-se provavelmente em 1881 e foi concluída em 1894, graças ao empenho e coragem do vigário de então, Padre Francisco de Paula Melo Cavalcante, que enfrentou esta grandiosa obra desde os alicerces, numa cidade sem grandes recursos financeiros. Durante este período, a matriz funcionou na extinta Igreja de Nossa Senhora dos Militares.
Essa atual Igreja foi sagrada no dia 01 de agosto de 1894, com a elevação de Diocese da Paraíba, ocorrida em 04 de março desse ano, com o título de Catedral. É importante registrar que o empreendedor desta grande obra, o Padre Francisco, faleceu oito dias antes da sagração canônica, não chegando a participar deste grande evento religioso.
A Catedral de nossa Senhora das Neves, o novo templo, apesar de sua simplicidade estilística, no estilo Eclético, permaneceu na sua originalidade no que diz respeito à decoração interior até o final dos anos 60, quando passou por algumas modificações.
Com a chegada do quinto Arcebispo, Dom Marcelo Pinto Carvalheira, homem de grande visão cultural e sensibilidade para as artes, alem de um grande servo de Deus, com esforço junto ao Vaticano, trouxe o título de Basílica para a Catedral de Nossa Senhora das Neves. Para alcançar esse título, a Igreja passou mais uma vez por uma reforma, desta feita, o presbitério recebeu novo piso, os retábulos foram dourados e policromados, recebeu também nova iluminação, e trouxe de volta o trono episcopal pertencente ao 1º Bispo e Arcebispo da Paraíba, que se encontrava no Museu Regional do Brejo, instalado na Cidade de Areia.
A antiga matriz, que acompanhou toda a história da Paraíba, sobre as bênçãos da Virgem das Neves, hoje, entra no 3º milênio com o título de Basílica, restaurada para que as gerações futuras possam compreender a história da Igreja da Paraíba, através do mais importante monumento histórico e religioso do nosso Estado.
José Augusto de Morais
UFPB / COEX / Arquidiocese da Paraíba.

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